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Vallda: No caminho certo!

Hoje completo, precisamente, 66 dias sem o cigarro, na minha segunda tentativa de travar o vício, vício esse que, penso já ter vencido.
Há anos que tinha o cigarro por companhia, o primeiro talvez aos 16 anos (tenho 36), mas irregularmente, tornando se  mais frequente aos 22, mas não habitual. Porém, penso que, só aos 30 se torna um vício. Confesso que, sofri, literalmente, ao me aperceber à primeira tentativa de deixar a nicotina, que era mesmo um vício, pois não conseguia, que frustração!
Sempre fiz de tudo para esconder este hábito, pois tinha vergonha que algumas pessoas, familiares,e amigos, soubessem que eu inalava fumo como uma chaminé. Afinal de contas eu sabia que este vício prejudicava,  gravemente, a minha saúde. Fumava mais por tolice e por tolice me viciei.Depois senti na pele,  minhas emoções que oscilavam entre uma aparente depressão e agitação, irritabilidade, enfim, as consequências, os sintomas da abstinência à nicotina, a tosse, a falta de ar, calores frios, excesso de saliva... 

Mas, nesses 66 dias percebi muitas coisas positivas acontecendo comigo, minha pele, hálito, cabelo, azia (era constante), paladar, olfacto, tudo melhorou. 

Agora, gosto que me abracem, quem o faz nunca mais vai sentir aquele cheiro a fumo que sempre me acompanhou desde os loucos anos de "smoker".
Foi um desafio, fazer uma escolha, tomar uma decisão definitiva, que apesar de óbvia, era difícil. Decidi parar!
Eu sempre soube dos malefícios do cigarro, mas tambem não posso ser hipócrita e dizer que eu não gostava do que fazia. Antes de deixar, pesquisei muito mais sobre os malefícios e sobre a abstinência.
Despedi me do cigarro como se estivesse despedindo de um namorado ou companheiro. Na primeira semana pensei nele todos os dias e horas, mas era como se ”ele” tivesse ido embora e me deixado. Lembrava dos momentos bons que passamos, início de relacionamento sempre é bom, depois os cafés que tomamos juntos, as saidas,  sozinha, acompanhada, lembrava me das ”brigas” das ressacas do dia seguinte após as festas,(tabaco em excesso, ressacava me como se fosse uma droga) do stress que ele me causava todas as vezes que ia ” embora”,  acabava, enfim, lembrava me de tudo, nossa relação foi duradoura, mas cheia de idas e voltas pequeninas. Terminei com ele várias vezes, mas sempre voltava no 3º ou 4º dia. Como toda a relação essa também se foi desgastando, ele começou a me fazer mais mal do que bem, eu ficava mal a cada dia que passava ao lado dele, e me sentia culpada por não conseguir me livrar de uma vez, era uma dependência cruel. Até que no dia 1 de Março eu disse: Basta!
Era para conseguir, foram 9 lindos dias sem ele, para depois voltar. Tive saudades e ele veio com tudo. Em Setembro, em apenas meia hora, dei "umas passas" no cigarro electrónico, com sabor a canela, sem nicotina e fumei 2 cigarros de marca Além mar pequeno, acabando por atirar o eletrónico e em voz alta proferindo para mim próprio: "Não fumo mais! " E até hoje...
Ainda bem que há relações que não são eternas!
Nesses 66 dias, muita coisa aconteceu. Criei outro vício. O vício do exercício físico, tive que fazer algo mais relevante para fazer esvanecer o cigarro e só fiquei a ganhar, perdi peso, ganhei saúde, uma consciência limpa,  liberdade e estabilidade emocional. Já não preciso de esconder de ninguém, um vício que já não tenho. 
Grata à vida por mais este desafio. Sou outra pessoa.

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