Translate

Desenterro

O que faço agora?
Desenterro versos de outrora
para lembrar que não me esqueço,
que rosas, tinham espinhos
e que nem todos os caminhos
eram caminhos de sucesso.
E porque ainda o faço?
'Inda há carências de um abraço
que eu anseio e que me desfaço.
Porque não fui alma, mas fui gente
e não quis ser mais do que versos...
Agora recupero de olhos cerrados
quem se dissolveu lentamente!
Mas, Deus que antes não existia
deu-me de mão beijada
(e em troca não recebeu nada)
a arte da poesia.
Que mesmo presa ao chão
hoje suplico o perdão
por não ter sido capaz!
Agora, tão aprendiz
leviana, mas, feliz
levo sempre a rima atrás!
Tenho palavras traiçoeiras
mas sempre, sempre verdadeiras!
Há palavras que não me saíem
há umas que saltam e dançam
e outras que voam e caiem...

Olho para trás,
sou raiz,
sou ser crescente e astuto
dou flor, dou folha!
Mas nem fragrância,
nem fruto!

Vallda

Sem comentários:

Enviar um comentário